
Título: O pequeno príncipe
Autor: Antoine de Saint-Exupéry
Tradução: Fabio Kataoka
Coordenação de Arte: Rubens Martim
Editora: Garnier
Ano: 2023
Páginas: 96
Classificação Indicativa: Livre
Onde Comprar: Amazon – Clique aqui
Conteúdo
Sinopse
“O pequeno príncipe“, escrito pelo francês Antoine de Saint-Exupéry, é uma obra atemporal que encanta leitores de todas as idades desde sua publicação, em 1943. A história narra a jornada de um garotinho com os “cabelos cor de ouro” que vive no planeta B612 e viaja pelo universo em busca de sabedoria e amizade. Com uma linguagem poética e delicada, Saint-Exupéry nos presenteia com uma narrativa rica em valores e que reforça a importância da simplicidade e do amor verdadeiro.
Livro “O pequeno príncipe”
Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativa
Há poucas histórias que são capazes de perdurar no tempo, tocando intimamente o coração de cada leitor que se atrever a passar por suas páginas. “O pequeno príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry é uma dessas histórias. Com toda simplicidade ele fala diretamente com a nossa alma. Em um tom quase poético, essa fábula nos faz refletir sobre a real essência das coisas, da vida. Nos leva a pensar se realmente estamos vendo o mundo da melhor maneira. E se fizemos o certo ao deixarmos a criança que fomos um dia para trás.

O narrador dessa história é um adulto, que aos seis anos desejava ser desenhista, mas tendo sido desencorajado por adultos que não compreendiam os seus desenhos, ele acabou se tornando piloto de avião. E é aí que começa essa doce e sensível jornada.
O piloto sofreu uma queda com o seu avião, caindo no deserto do Saara. Algo havia quebrado no motor, e estando há milhões de quilômetros de qualquer lugar habitado por pessoas, teria que arrumá-lo sozinho. E após a primeira noite nesse lugar, é acordado por um garotinho que lhe pede para desenhar uma ovelha.
O garotinho de cabelos dourados, conhecido por Pequeno Príncipe, vinha de um planeta distante. Um pequeno planeta que possuía apenas três vulcões menores do que ele, sendo um já extinto. Uma flor linda e vaidosa, a qual ele viu nascer. E muitos baobás. E era por isso que precisava de uma ovelha, para que ela comesse os pequenos arbustos de baobás, antes que eles crescessem e esburacassem o seu pequeno planeta com suas raízes. E lá foi o piloto desenhar a tal ovelha.

Não era tão simples descobrir mais sobre o Pequeno Príncipe, ele amava fazer perguntas, mas nem sempre respondia o que lhe era perguntado. No entanto, com o passar dos dias, quando e conforme queria, passou a compartilhar com o piloto o porquê saiu de seu planeta, o que ainda não tinha compreendido em tal ocasião e sobre as pessoas que conheceu em suas viagens por diferentes mundos, bem como sobre aquilo que aprendeu nessa jornada.
Ele viajou por sete planetas diferentes. No primeiro planeta vivia um rei, a quem só importava que sua autoridade fosse respeitada, mas como era bom, só dava ordens sensatas. Ainda que reinasse sobre tudo o que tinha ali, não havia ninguém em seu planeta. No segundo planeta vivia um vaidoso, que não ouvia nada além de elogios, queria sempre ser admirado, mas também não havia mais ninguém lá. E no terceiro planeta vivia um bêbado que bebia para esquecer sua vergonha de beber.

No quarto planeta vivia um homem de negócios que dizia ter se apropriado das estrelas, era dono de todas elas e passava horas e horas a contá-las e recontá-las, portanto ocupado demais. No quinto planeta, o menor de todos, vivia um homem que trabalhava como acendedor de lampião, e como o seu planeta dava uma volta a cada minuto, ele ficava acendendo e apagando o lampião sem nunca descansar, pois essas eram suas instruções. E no sexto planeta vivia um geógrafo que escrevia livros enormes, mas ele não era um explorador.
O sétimo planeta foi a Terra, onde ele parou bem no deserto. Andou e andou buscando por outras pessoas, querendo encontrar um amigo. Conheceu uma serpente, cheia de enigmas. Uma estrada que o levou a um jardim cheio de rosas, semelhantes à sua flor. Uma raposa que caçava galinhas e era caçada por humanos, e assim como ele, queria um amigo, alguém que a cativasse. Um despachante que organizava os passageiros que embarcavam nos trens, cujo maquinista nem sabia para onde estavam indo. E um vendedor de remédio para acabar com a necessidade de tomar água, para que se possa economizar tempo.

Em meio a cada encontro o Pequeno Príncipe conhece adultos que estão presos em suas próprias preocupações, vaidades e contradições, perdidos mesmo quando acreditam saber onde estão. Descobre mais sobre o mundo e suas efemeridades, a real essência e valor daquilo e de quem o cerca, aprende que é melhor prestar atenção nos atos e não nas palavras, aprende a olhar com o coração e também sobre como amar.
O livro “O pequeno príncipe” carrega o olhar mais puro da infância, mas também é um espelho do nosso mundo adulto, e de tudo o que perdemos quando transicionamos de um lado para o outro. Passando a dar existência a algo ou alguém só quando conseguimos quantificar, quando antes o que buscávamos eram olhares, sorrisos e gentilezas. Passando a comprar tudo pronto, quando antes nos divertíamos no processo. Nos ocupando tanto a ponto de não termos tempo para nós mesmos, quando antes éramos nossos melhores amigos.
Essas críticas sutis sobre como os adultos vão perdendo a sensibilidade diante da vida com o passar do tempo, criando uma distância entre o que se sente e o que se mostra, tornando-os incapazes de enxergar o essencial, dão a obra uma profundidade emocional fascinante.

O livro fala de amor, amizade, solidão e sobre deixar partir aqueles que amamos. Sobre o afeto valer mais do que qualquer posse, sobre responsabilidade afetiva e sobre o contraponto de duas fases que passamos pela vida, nos convidando a lembrar de um tempo em que a imaginação era mais importante do que a lógica. E faz isso de maneira delicada e simples, mas com um vasto sentido, que chega à compressão de uma criança até a de um adulto.
Com isso, o livro nos permite a cada releitura (sim, já li várias vezes, e recomendo), enxergar algo diferente, algo que estamos perdendo, algo que não conseguimos compreender em uma leitura anterior, seja pela fase em que estávamos, seja por ainda não estarmos prontos. Algo que nos conecta novamente com a criança de fomos um dia, algo que nos faz sentir que estamos nos tornando mais humanos.
“O pequeno príncipe” é um clássico repleto de ternura, que nos fala sobre a importância de manter viva a nossa criança interior, pois ela é quem é capaz de enxergar o que realmente dá sentido à vida.

Se interessou? Dá uma chance. Leia e depois venha aqui me contar o que achou.
Curiosidade
Mesmo Antoine de Saint-Exupéry sendo francês, o livro “O pequeno príncipe” foi publicado primeiro nos Estados Unidos, em Nova York , no ano de 1943, durante a Segunda Guerra Mundial. O autor, que lutou pela França contra a ocupação alemã, veio a falecer em combate em 1944. Não chegou a vivenciar o enorme sucesso de sua obra. A edição francesa só foi lançada em 1946.
O livro “O pequeno príncipe” foi traduzido em mais de 500 idiomas e dialetos, se tornando o terceiro livro mais traduzido no mundo. Todas as ilustrações que contém no livro foram feitas pelo próprio autor, que costumava desenhar em guardanapos quando estava em Nova York.
E Antoine se baseou em uma experiência pessoal para escrever essa história. Em 1935, no deserto do Saara, o autor sofreu uma queda de avião, e lá ficou preso por quatro dias até ser resgatado. E há quem diga que a relação entre o Pequeno Príncipe e sua rosa pode ser uma metáfora do relacionamento do autor com sua esposa, Consuelo.
Esta edição de “O pequeno príncipe” faz parte da “Série Ouro” da Editora Garnier, contendo capa dura almofada, acabamento em hot-stamping, ilustrações coloridas, laterais (tie-dye) dourada e marcador de páginas em fitilho. Há ainda mais duas versões desse mesma edição, uma em rosa e outra em azul, mudando o tom do desenho na capa e a pintura trilateral.
E no mundo cinematográfico, em 2015, foi lançado uma adaptação francesa em animação de “O pequeno príncipe” dirigida por Mark Osborne. O filme mistura animação digital com a técnica de stop-motion.







4 Comentários
Aaah, esse eu já li (mais de uma vez) e amoooo. 🥰
Excelente recomendação!
É incrível, não é? A cada releitura eu amo ainda mais essa história. 🥰
Eu adoro essa história, apesar de nunca ter lido o livro, já vi muitas adaptações. É uma história que realmente mexe com a gente. Ótima resenha.
Obrigada 🥰
Considere ler o livro, tenho certeza de que vai adorar.